A rep blica e a modernidade
A república brasileira foi proclamada no dia 15 de novembro de 1889, contudo sua concepção ideológica e os acontecimentos que a possibilitaram rondavam o Brasil desde 1870 quando um complexo processo modernizador guiado pelo progresso e civilização nos últimos anos do Brasil Império norteou os acontecimentos econômicos, sociais e políticos.
Na fala de Margarida de Souza Neves e Alda Heizer (2004) trata-se de um daqueles momentos em que os ponteiros do relógio da História pareceram andar mais depressa. Modernidade e progresso eram as palavras de ordem desse tempo. Reflexos de acontecimentos mundiais conferiram à modernidade o poder de acelerar acontecimentos e redefinir conceitos ao Brasil e aos brasileiros entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX.
Ao longo da história vemos muitas palavras se ressignificarem. De acordo com Sevcenko, “Na época em que nos ocupamos, moderno, modernidade e modernização significava muita coisa”. (1998, p.27 ) Ainda segundo o historiador a Revolução Científico-Tecnológica proporcionou ao mundo um novo panorama no qual uma série de modificações se fez presentes e constantes em um curto espaço de tempo, mudanças essas que atingiram aspectos na economia, nas estruturas sociais e nas ideologias em todo o mundo, culminando em modificar drasticamente os hábitos das pessoas. Através dessa observação percebe-se que o conceito de revolução, algo que não pode ser detido, se aplica não somente á questão da expansão industrial, mas também ás filosofias já postas e utilizadas na leitura do mundo pelos intelectuais.1
O progresso imposto pela tecnologia da 2° revolução industrial não se ateve somente ao maquinário ou a urbanização ela penetrou no pensamento de uma elite intelectual, fazendo com que esse pensamento conduzisse os rumos de um mundo agora em processo de globalização, como nos coloca Sevcenko (1998):
[...] o apanágio do progresso no século XIX pôs em cena uma nova