A religião na China
China: A questão religiosa
Por: DAN XOER, Missionário na China
A questão religiosa na China, ao longo dos séculos, tem sido um assunto complexo, pelo menos no que ao Cristianismo se refere. Por uma ou outra razão, as diferentes tentativas de levar o Evangelho ao Império do Meio sempre foram acompanhadas de expulsões e perseguições de missionários. Acusados de serem colaboradores do poder colonial e de terem desfrutado privilégios resultantes de acordos desiguais estabelecidos com a ajuda das potências estrangeiras, os missionários, representantes da Igreja, foram vistos como colaboradores do poder imperialista.
Mais recentemente, neste meio século de governo comunista-maoísta, a situação piorou. A religião, e a Igreja Católica em particular, continuam sob um estado de controlo e perseguição sem quartel. Por detrás desta realidade há algo mais do que a falta de relações diplomáticas da China com o Vaticano ou as já habituais acusações de violação dos direitos humanos e religiosos por parte de alguns governos ocidentais, poucos e cada vez menos, subjugados pelos contratos económicos através dos quais o Governo comunista tapa a boca aos que denunciam a falta de liberdades. Mas porque é que a realidade religiosa continua a ser tão complexa na China?
Uma só verdade Para os comunistas, que há meio século conquistaram o poder na China, não existe mais que uma verdade, e essa é a sua, a do Governo comunista, que não aceita outra filosofia de vida ou outra forma de pensar que divirja da sua. Como consequência, defendem o controlo e a manipulação da pessoa humana, através da educação e dos meios de comunicação social. Isto mesmo se pode ver no controlo e na censura constantes dos cibercafés e dos meios de comunicação social de qualquer natureza. A violência e o terror generalizados, utilizados por Mao, mesmo entre os seus colaboradores mais próximos, continuam presentes na sociedade