a relação saúde doença
A antropologia é o campo que permite interpretar e compreender o jogo social onde as diferentes concepções do corpo, saúde e doença interferem nas relações dos pacientes com as condutas propostas. Ela interfere quando não é possível isolar a doença do doente, a terapêutica do médico e o espaço dos hospitais das significações sociais que ele carrega. SAÚDE-DOENÇA é um universo de símbolos, expectativas e referencias que se cruzam e interagem com o universo da ciência e dos medicamentos. Há vários tipos de explicações para a causa, origem e tratamento de certas doenças, essas mesmas formam um conjunto de representações, saberes e práticas de um grupo social. Para a sociedade, o sistema médico é um determinado saber e uma terapêutica que façam sentido quando tomadas em grupo. Há grupos especializados em doenças resultantes de feitiçaria, seu modo terapêutico consiste em expulsar o inimigo (espírito) do corpo do paciente, nesse caso, há médicos, curandeiros para exercer o combate. O ponto de partida que se tornou oficial para a compreensão é a ciência médica, que surgiu a partir do século XVIII após as divulgações de saberes. A principal prática terapêutica era a medicina, em seguida a psicologia, que surgiu nesse período. Institucionalizaram-se em hospitais, manicômios e consultórios. Médicos, psicólogos, odontológicos e enfermeiros eram os únicos profissionais reconhecidos para intervir no corpo de um indivíduo doente, conjunto de profissionais denominados ‘’medicina oficial”. O desencantamento do mundo interferiu na noção de doença e de corpo doente e também nas práticas terapêuticas, fundamentando a divisão entre corpo e espírito. Com isso, foi dando-se sentido a outras importantes representações como: religiões e crenças. Antes da descoberta dos raios-X e do aperfeiçoamento de lentes para microscópios, o ser humano dependia de sentidos para explicar estados patológicos, após o desenvolvimento da ciência no século XIX, a ideia