A relação entre fortuna e virtù
FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL – FSSO
CAROLINE MACHADO RODRIGUES
Resumo: Quinta Lição – A íntima relação entre fortuna e virtù
Maceió – 2013
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALGOAS – UFAL
FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL – FSSO
Resumo: Quinta Lição – A íntima relação entre fortuna e virtù
Maceió – 2013
A relação entre fortuna e virtù é o eixo central do pensamento de Maquiavel, simbolizando a luta perene entre o homem de ação e os acontecimentos imponderáveis do mundo político. Sendo a fortuna, o acaso, o indeterminado, a boa ou má sorte, na Roma Antiga era representada por uma deusa de mesmo nome que presenteava os homens de virtù com seus mais valiosos bens: honra, glória e poder.
A fortuna não era vista como uma força maligna, mas como uma boa deusa que se deixava seduzir pelos homens valorosos. Na perspectiva clássica a deusa fortuna distribuía seus presentes de acordo com os méritos humanos, premiando os audaciosos e punindo os covardes, mas essa perspectiva sofreu uma reviravolta com o triunfo do cristianismo, associando a fortuna a um poder “cego” e incontrolável, sendo a força divina atuante para manter os homens em adoração às glórias do Reino de Deus. Boécio vê na fortuna uma força, cujo desígnio seria desviar os homens das veredas divinas.
Maquiavel discorda da visão cristã e se ampara na antiguidade clássica, marchando contra o cristianismo, estabelece como algo plausível o controle da fortuna, logo, o homem de virtù saberá agir de modo a conservar seu poder apesar do caráter indeterminado do orbe político. Ao comparar a fortuna a uma mulher, Maquiavel, nos causa impacto com tamanho cinismo: “Estou convencido do seguinte: é melhor ser impetuoso do que tímido, porque a fortuna é mulher, e é necessário, para dominá-la, bater-lhe e contrariá-la; Vê-se que ela deixa vencer mais pelos que agem friamente, e como, mulher, é sempre amiga dos