A relação entre economia e política em Aristóteles
Ainda com base nas definições do referido pensador grego, tem-se que a finalidade para a qual cada coisa foi criada é o que há de melhor para ela, sendo a autossuficiência exatamente isso. Sendo assim, o objetivo definidor do homem está relacionado com a aquisição de autossuficiência na pólis. Com base nisso, Aristóteles traz para o âmbito da economia política a mesma linha de raciocínio. Inicialmente, o autor desenvolve o que ele chama de arte de aquisição e arte de enriquecer. A primeira refere-se à obtenção das coisas essenciais à subsistência e úteis para a comunidade, faz parte da economia doméstica e apresenta um caráter finito. Tal conceito envolve ainda a denominada permuta natural, que consiste na troca de diferentes bens entre duas ou mais famílias com o propósito de simplesmente perfazer as lacunas e alcançar a autossuficiência.
Porém, algo diverso ocorre no que concerne à arte de comerciar. Nela, torna-se possível um cenário de acumulação ilimitada através do sistema de permuta de produtos. Outra característica é a sua relação com o dinheiro, visto que ele representa a essência e a base de funcionamento do comércio.
Tendo em vista os aspectos observados, e sendo a família a unidade que constitui a pólis, tem-se que os limites da economia doméstica constituem a divisa entre o que pode ser considerado natural e o que pode ser julgado patológico. Portanto, conclui-se que a finalidade política da economia é fornecer o necessário para a subsistência e promover a manutenção da