A reforma do ensino
Tiago Henrique Klengel Biasotto Mendes
Introdução:
O presente artigo parte de uma análise da reestruturação do sistema educacional de ensino no período da ditadura militar bem como as relações que se processaram no ambiente escolar.
O objetivo deste trabalho é analisar e refletir as mudanças ocorridas na educação a partir da Lei 5692/71 e as relações que se processaram no âmbito da escola pública a partir do aparato repressivo criado pelos militares com a finalidade de conter as manifestações contrárias ao regime e manter-se sem maiores resistências no poder.
Para isso foi realizada uma pesquisa qualitativa que utilizou como procedimentos metodológicos uma pesquisa bibliográfica envolvendo as palavras-chave: política, educação, Ditadura Militar e legislação; que além de nortear a estruturação do roteiro de perguntas que foi aplicado à cinco professores, sendo um no final da carreira e quatro aposentados, serviu de base teórica para a elaboração dos capítulos e a análise posterior das entrevistas. Pois acredita-se não bastar, apenas, analisar a construção do discurso do Estado e a sua transmissão através das reformas do ensino e das mudanças curriculares. É preciso investigar e analisar a adesão ou a resistência dos professores na aplicação das reformas em sala de aula, na sua prática diária.
É, neste sentido, que tentamos estudar dentro da análise deste período, não só o que consta na letra da lei e nem mesmo a bibliografia existente a respeito. Tentou-se, dessa forma, fazer uma interlocução entre a teoria e a prática, utilizando, além dos estudos já existentes, entrevistas com professores que atuaram na escola pública no momento em que foram processadas tais reformas.
1. O contexto histórico e a reestruturação do ensino:
A segunda metade do século XX foi marcada pela insegurança e pelo medo do mundo mais uma vez mergulhar em um conflito de