A REDEMOCRATIZAÇÃO E O AUMENTO DO DÉFICIT PÚBLICO : 1985/1989
O governo brasileiro anunciou suas metas de ajustamento externo, estas foram recebidas com grande ceticismo, pelo ineditismo dos valores propostos para serem atingidos pela balança comercial.
O fato de o país ter conseguido se ajustar, praticamente equilibrando sua conta-corrente, não resolvia, contudo, todos os problemas colocados pela nova situação de escassez de recursos externos. Isso porque o componente externo era apenas uma das faces do “Problema da Transferência”, sendo as outras duas o componente macroeconômico e o componente monetário/ fiscal.
OS SEIS PLANOS DE ESTABILIZAÇÃO
Em 1986, a economia brasileira passou por diversos planos de estabilização, baseados em âncoras cambiais, congelamento de preços ou ambos, com elevado conteúdo de intervenção governamental, direta ou indireta, na determinação dos preços ( para uma critica ao Plano Cruzado, ver Simonsen e Barbosa, 1989). O primeiro desses planos recebeu o nome da nova moeda criada na época, devido à troca de moeda, do antigo cruzeiro para o cruzado. Desde então, sucederam-se vários planos sempre com algum sucesso inicial, mas que depois fracassaram. Só o sexto desse plano, de 1994, caracterizado por uma etapa de transição que permitiu a acomodação dos preços relativos antes do plano e implementado em condições externas muito mais favoráveis, com abundância de capitais, elevadas reservas internacionais e maior abertura às importações, teve êxito duradouro.
O componente externo da transferência estava associado ao equilíbrio do balanço de pagamentos, entendido como o ajuste a uma situação na qual, diante da ausência de financiamento externo, o Brasil tinha que passar a operar com um resultado da conta-corrente próximo de zera, em contraste com os elevados déficits verificados até então. O recurso externo esgotou-se, após a moratória mexicana, o Brasil basicamente passou a ter que pagar os juros da divida externa através de