A RAZÃO
É pela especulação e reflexão racional que a filosofia se sustenta. Vislumbramos o início dessa união entre as ciências supracitadas. Para provar a existência de uma razão no mundo, Hegel nos dá o exemplo de Anaxágoras, cujo feito foi observar que há um sistema solar no qual os planetas giram ao seu redor. Porém, diz Hegel, ao grego não foi possível inferir qualquer racionalidade sendo contemplada, pois no seu tempo ela estava ainda velada. Percebe-se claramente que a história do mundo hegeliana visa, portanto, uma teleologia. Ora, sendo uma teleologia comandada pela razão, não iria ela ser contra qualquer doutrina religiosa? Não para Hegel, já que ele vê em Deus a Razão Absoluta. O mundo, para Hegel, deve ser pensado racionalmente, que todos acontecimentos históricos passados foram necessários; donde seu aspecto teleológico. Esse plano divino é manifestado ao mundo mediante o “Espírito de um povo”, visando a Ideia de Liberdade. Ou seja, esta ideia é a força motriz da história, ao passo que o Espírito de um povo é expressão de uma realidade histórica finita, que por processos dialéticos busca sobrepujar as potencialidades infinitas da Ideia.
Todas as paixões particulares servem para serem aniquiladas, dando lugar a universalidade de que a Ideia de Liberdade necessita. Nem mesmo os heróis, aqueles que serviram de exemplo para uma mudança do Espírito de uma época à outra, tinham consciência da objetividade de suas paixões, pois “a história do mundo dá início ao seu objetivo geral – compreender a ideia de Espírito – apenas em uma forma implícita, como Natureza, como um instinto muito profundo e inconsciente. Torna-se preciso, então, compreender a ligação entre o particular e o universal, – entre o subjetivo e o geral – cujo casamento propicia a história do mundo.
O mundo é