A QUESTÃO JUDAICA E A CRÍTICA DE MARX AOS DIREITOS HUMANOS

A QUESTÃO JUDAICA E A CRÍTICA DE MARX AOS DIREITOS HUMANOS
Ana Paula Santos Brito1
Rayanne Vieira Mendes2

O objetivo deste artigo é fazer a exposição crítico-analítica de A Questão Judaica. A origem deste trabalho está relacionada às atividades desenvolvidas no grupo de pesquisa “Economia, Política e Direito em Marx”, da Universidade Regional do Cariri – URCA. A obra juvenil marxiana aqui analisada apresenta determinações fundamentais para o empreendimento da crítica aos direitos humanos. O eixo central da argumentação converge para o equacionamento das relações entre emancipação política e emancipação humana. Contra o jovem hegeliano de esquerda Bruno Bauer, Marx defende a tese de que a emancipação política do Estado não garante a verdadeira liberdade humana. Com a separação entre Estado e Sociedade Civil advinda da revolução política, o indivíduo divide-se em bourgeois(burguês) e citoyen(cidadão). Esta cisão faz com que o homem não possua uma verdadeira liberdade, uma vez que para se alcançá-la não se deve separar o homem político de sua essência, do seu ser genérico.
Palavras-chave: Estado – Sociedade Civil – Jovem Marx

Partindo do contexto que ocorrera em 1816 na Alemanha, onde os judeus foram excluídos da cidadania política, Bruno Bauer firma que, num Estado cristão, os judeus só poderiam ter acessos aos direitos cívico-políticos se abandonassem a sua religião.
Segundo Bauer, o judaísmo impedia a emancipação política dos judeus. Estes deveriam abandonar sua religião para poderem gozar da cidadania política. Porque a crítica de Bauer se restringia ao “Estado cristão”, sua censura era de natureza puramente teológica. Por isso, Bauer deixa de levantar a questão principal: a relação da emancipação política e emancipação humana.
Ao contrário de Bauer, Marx entendia que “A crítica desta atitude deixa de ser uma crítica teológica tão logo o Estado deixe de se conduzir de modo teológico em face da religião, tão logo passe a se conduzir como Estado