Rawls vs Marx
Guarulhos,
Abril de 2013
Introdução
Esse trabalho tem como objetivo apresentar um dialogo critico entre a concepção de emancipação exposta por Karl Marx na obra “A Questão Judaica” e a noção de tolerância contida no pensamento de John Rawls, em especial na obra “O Liberalismo Político”. Apesar de trilharem caminhos teóricos distintos e de possuírem concepções distintas sobre a relação entre religião, Estado e sociedade, tanto Marx, quanto Rawls, através das concepções de emancipação e tolerância respectivamente, abordam a problemática da busca pela autonomia/liberdade da politica em relação à religião.
Em Marx, através de uma analise da questão judaica pelos comentários de Bruno Bauer podemos observar um caráter negativo do autor em relação à religião, seja no Estado ou na sociedade. A concepção negativa sobre a religião deriva dos pressupostos teóricos estabelecidos por Marx em outras obras, a saber, sua teoria sobre a alienação e o “ser genérico”. Na obra “Os Manuscritos Econômico-Filosóficos”, Marx apresenta a noção de ser genérico, ou, essência genérica, a saber, como essência humana primaria não estranhada. Sofrendo influencia da tradição filosófica alemã, em especial Hegel e Feurbach, Marx critica as teses liberais de Adam Smith e David Ricardo apresentando a concepção de que a propriedade privada, somada a pratica capitalista de trabalho, como sendo a gênese da alienação do Homem de sua essência genérica. Pois, no trabalho em sua forma capitalista o produtor é estranhado daquilo que produz. A relação entre humanos assume a forma social da relação entre coisas e, dessa forma, o “ser” não é reconhecido socialmente pelo que é, mas, na verdade, pelo que produz. Em outras palavras, o modo de produção capitalista levaria a um descompasso entre as potencias da existência do ser e sua projeção social, sua capacidade de trabalho e o produto de seu trabalho, ocasionando a