A questão dos afrodescendentes
O AFRODESCENDENTE E A QUESTÃO DO OUTRO NO BRASIL MODERNO E CONTEMPORÂNEO: CATIVEIRO OU LIBERDADE? Sandra Alves Graduanda do curso de História Universidade Federal de Uberlândia - UFU/Campus Pontal Bolsista do projeto PET (Re) Conectando Saberes, Fazeres e Práticas: Rumo à Cidadania Consciente.
1. Introdução O documento primário utilizado neste trabalho é o primeiro recenseamento do Brasil da Província de Minas Gerais: Paroquia de São José do Tijucoi. Onde se localiza hoje a cidade de Ituiutaba no pontal do triângulo mineiro. Dentre outros dados estão os números de pessoas alfabetizadas e analfabetas, que somam respectivamente a primeira em 343 pessoas e a segunda em 2088 pessoas. Sendo que destes alfabetizados 269 são homens brancos e 74 são mulheres brancas. E inevitavelmente percebe-se que não existe nenhum preto, pardo, mestiço ou caboclo alfabetizado. Esses dados criam maior sentido quando passamos a ter o esclarecimento da lei que impedia os negros de estudar elaborada em 1854 segundo dados do NEABii. É perceptível também a duração dos escravos em sua idade cronológica. Sendo até os 41 anos de idade em grande número no município de Ituiutaba. Porém a partir desta idade vão decaíndo bruscamente em sua existência vital. Desta forma dos 51 anos de idade até os 61 anos observa-se essa queda em aproximadamente metade da população negra. Muito menos da metade, bem menos alcançava com muita sorte os 61 anos de idade, no mais tardar uns 70 anos. A soma geral da população tijucana neste recenseamento de 1872 é de 2996 pessoas. Enquadrando pretos, pardos, escravos e livres. Brancos e caboclos. Homens escravos a quantidade era de 288, sendo considerados pardos 47 contra 241 considerados pretos. Entre as mulheres eram 277 escravas. Consideradas pardas 46 contra 231 pretas. Os caboclos somavam apenas 15 sendo 09 homens e 06