A Questão Ambiental - Diferentes Abordagens
A questão ambiental - diferentes abordagens
O Ambientalista Cético
“As pessoas discutem e participam dos processos decisórios, enquanto os pinguins e pinheiros não”. Essa frase de Bjorn Lomborg, no livro “O Ambientalista
Cético”, resume bem a questão ambiental da maneira como é tratada: da ótica humana, visando sempre o seu próprio benefício. Os recursos naturais são utilizados para atingir um ideal de bem estar humano, e a eles são atribuídos valores. Ora, como já dizia o filósofo alemão Friedrich Nietzsche, valores são criados pelo homem e, portanto, não existem naturalmente. Dessa forma, cria-se todo um conceito de valores de uso dos recursos naturais, de acordo com as possíveis utilizações dos mesmos.
Percebe-se então um fenômeno chamado de “mercantilização da natureza” que, segundo Barcellos (2008), passou a acontecer no momento em que o homem deixou de se considerar parte integrante da mesma.
O discurso ambientalista, entretanto, é recente na história do desenvolvimento humano. No capítulo 1 do livro “A Questão Ambiental: Diferentes Abordagens”, Júlia
Adão Bernardes e Francisco Pontes de Miranda Ferreira descrevem a trajetória da visão humana de meio ambiente e seus recursos: desde a sua compreensão como anteparo ao desenvolvimento humano, passando por sua mercantilização até chegar na tão conhecida crise ambiental.
São muitas as visões sobre a questão ambiental, defendidas pelos mais diversificados grupos e movimentos ambientalistas. E segundo Bernardes & Ferreira
(2005), elas podem ser, algumas vezes, um tanto quanto exageradas. Isso não significa, entretanto, que o assunto não deva ser levado em consideração, já que, para os autores, há um consenso de que o assunto é uma questão de sobrevivência e relevante (Harvey, 1996 apud Bernardes & Ferreira, 2005).
Mas são justamente as visões exageradas – ou catastróficas – as criticadas por
Lomborg (2002). Lomborg procura mostrar que a visão catastrofista baseia-se, muitas
vezes,