A questao do aborto
Poucos assuntos são tão polêmicos quanto o aborto. São muitas as questões, princípios e valores que permeiam nosso pensamento quando analisamos o tema e, embora, cada um de nós possua uma opinião a respeito do assunto, podemos identificar três linhas de pensamento em relação ao aborto.
Existe aqueles que são contra o aborto, independente da fase da gestação, pois argumentam que a alma se instala no momento mesmo da fecundação, o que torna o produto conceptual sagrado. Para estes, a mulher é responsável pela situação em que se encontra e deve trazer o filho ao mundo, independente das circunstâncias.
Para outros, há a predominância do raciocínio biológico, que diz que até a 12 semana de gestação, o feto possui um sistema nervoso extremamente primitivo, impedindo assim, que apresente qualquer atividade mental ou consciência. Este grupo defende que abortamentos até três meses de gestação deveriam ser autorizados.
E finalmente, há os que possuem um pensamento mais pragmático a respeito do assunto: já que os abortos acontecem de qualquer forma, sendo proibidos ou não, é melhor que sejam legalizados e realizados por médicos, de maneira segura, no início da gravidez.
Em nosso país, exceto em casos de estupro (aborto sentimental ou moral) ou quando a mulher corre risco de vida (aborto terapêutico), esta prática é proibida por lei. No entanto, em casos de gestação de feto com graves e irreversíveis anomalias físicas ou mentais, como anencefalia, o aborto pode ser concedido legalmente, se o pai concordar e perante apresentação de atestado de dois médicos.
Opiniões e juízos de valor à parte, é inegável que muitas mulheres praticam o aborto todos os dias, apesar da prática ser proibida. Essas mulheres, principalmente aquelas que possuem uma condição financeira menos favorecida e menor grau de instrução, recorrem às muitas possibilidades abortivas, como remédios e chás abortivos, clinicas de aborto