A psicologia e a formação de professores
A PARTIR DA PERCEPÇÃO DE PROFESSORES EM FORMAÇÃO.
Mírian Raposo – Universidade de Brasília – rmirian@unb.br
GT: Psicologia da Educação/ n° 20
Sem Financiamento
As análises diagnósticas do sistema educacional brasileiro continuam apontando para problemas crônicos nos cursos de formação de professores, evidenciados por diferentes tendências ao longo do tempo, cada uma enfatizando aspectos diferentes do fazer pedagógico (Paraskeva, 2004; Souza, 1999). Historicamente vemos que muitas dessas atividades de formação enfatizam a transmissão de conteúdos a fim de divulgar ao professor os conhecimentos acadêmicos construídos através de pesquisas recentes
(Paraskeva, 2004; Souza, 1999; Sampaio & Marin, 2004).
Acreditamos que o processo de transmissão de conhecimentos oferece significativos momentos para apropriação de novas teorias, fundamentais para o professor. Entretanto, reconhecemos que ele deixa de lado outros tipos de conhecimento imprescindíveis para a prática docente: a consideração de que os saberes culturalmente construídos e disponíveis não representam um conjunto fechado, verdadeiro e imutável
(Collares, Moysés & Geraldi, 1999; Prigogine, 1996; Morin, 1996); a conseqüente redefinição da relação do sujeito com o conhecimento, uma vez que nem sujeitos nem conhecimentos são fixos e a-históricos (De Souza Santos, 2000); a consideração dos saberes construídos na experiência do passado e naquela que nos acontece quando da construção de soluções parciais e locais (Schnitman, 1996); a natureza prática da atividade pedagógica incluindo um forte componente de reflexão a partir de situações reais (Donald Schön, 1992); ou a percepção da escola não só como o lugar onde ele ensina, mas onde também se aprende (Nóvoa, 1992; Raposo & Maciel, 2005).
Consideramos que, para esses cursos superarem seus problemas, é importante que se preocupem com a construção de um paradigma educacional em