A Psicologia No Imagin Rio Da Escola
A Psicologia no Imaginário da Escola
Há muito que as teorias psicológicas e as pedagogias voltam suas preocupações para o processo de escolarização, procurando contribuir para sua compreensão e buscando alternativas de intervenção na realidade escolar.
O objetivo deste texto é refletir a respeito dos diferentes lugares que algumas das contribuições da Psicologia ocupam no contexto escolar, enfatizando as escolhas teóricas comumente feitas por significativa parcela dos educadores para explicar as dificuldades vividas no processo de escolarização.
Partimos da concepção de que a vida diária escolar é complexa, cheia de acontecimentos dos mais variados matizes, distante portanto da unidade e da homogeneidade de pensamentos e de práticas. É construída no conjunto das relações cotidianas entre seus diversos protagonistas: alunos, professores, funcionários, corpo técnico e pais. Cada uma dessas pessoas representa as suas práticas escolares através de uma série de crenças, expectativas, desejos, temores, experiências vividas e saberes compartilhados. Assim, cada um dos diferentes participantes da Escola
'Professora no Depto. de Psicologia da Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo - USP
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constrói um conjunto de significados, de representações a respeito da sua Escola, do seu trabalho, do lugar que ocupa nessa Escola e nesse trabalho (EZPELETA &
ROCKWELL, 1986).
É nessa "malha" de relações e anseios que situamos o conjunto de conceitos que constituem parte do pensamento psicológico. Ao observarmos atentamente esse complexo imaginário escolar, constatamos que muitos conceitos psicológicos se fazem presentes, ora gerando práticas pedagógicas, ora sendo utilizados como justificativa para tais práticas.
Esse conjunto de conceitos psicológicos do cotidiano escolar existe com ou sem a presença do psicólogo. Uma das explicações para esse fato reside na maciça carga de