A psicologia enquanto ciência e profissão
Maria Arlinda Jacinto Reis
Maria Rosana de Oliveira
1. A PSICOLOGIA ENQUANTO CIÊNCIA
Para compreender-se a psicologia enquanto ciência e profissão, ter-se-á que recuperar sua construção histórica e estudá-la na sua diversidade de saberes, que a tornam complexa e indefinida.
Tal caminho leva a uma psicologia cujo homem, ao mesmo tempo sujeito e objeto do conhecimento, se mostra com propriedades psíquicas determinadas pelas suas relações com o mundo, impostas pelas realidades sociais, econômicas, culturais (ao mesmo tempo externas a ele e produto dele mesmo), pelas condições históricas objetivas e pelos sentimentos subjetivos, pelas emoções, desejos, necessidades e exigências (BOCK et al, 1991)[?].
Visto desta forma, o desvendar desta psicologia torna-se o estudo do desenvolvimento psíquico do ser humano, como produto de um processo histórico, que se constrói na dinâmica das relações vividas pelos sujeitos, entre si e com a natureza.
Nesta linha de raciocínio, JUREMA (1985)[?], considera que a psicologia, para ser uma psicologia de homens, terá de “levar em consideração que em cada época o homem se defronta com contradições diferentes e portanto as enfrenta de maneiras diferentes, criando novas relações de produção da vida material e, assim sendo, engendrando formas diferentes das relações sociais que vão se fazendo necessárias para a manutenção dessas relações de produção.” (p. 13)
O início desta construção histórica busca o início da produção do conhecimento humano, cujos primeiros pensadores pertenciam à classe dominante da Grécia antiga. Estes filósofos foram os primeiros a desenvolver pensamentos ligados à questão do conhecimento humano sobre o mundo, a natureza e o homem. Eles deram as primeiras sistematizações acerca da psicologia (psyque = alma; logos = razão), que significava discurso ou discussão sobre a alma.
BOCK et al (1991)[?] fornece a este estudo uma rica