A psicanálise e os processos grupais
Segundo o Vocabulário de Psicanálise, de Laplanche e Pontalis, os termos “Identificação” e “Transferência” são assim de finidos:
IDENTIFICAÇÃO: Processo psicológico pelo qual um sujeito assimila um aspecto, uma propriedade, um atributo do outro e se transforma, total ou parcialmente segundo o modelo desse outro. A personalidade constitui-se e diferencia-se por uma série de identificações.
TRANSFERÊNCIA: designa “... o processo pelo qual os desejos inconscientes se atualizam sobre alguns objetos no enquadre da relação analítica tendo como modelo um tipo de relacionamento preestabelecido. Trata-se de uma repetição de protótipo infantil vivida com um sentimento marcado de atualidade”.
A transferência é um processo pelo qual o infantil se presentifica no encontro com o analista através de um investimento da repetição, que deve possibilitar a rememoração dos conflitos e permitir a elaboração das pulsões narcísicas e objetais. A transferência coloca em ação, no coração do tratamento analítico, o infantil com todo seu potencial traumático de desejos, expectativas e frustrações.
As identificações influenciam diretamente em nossas personalidades. Quando nos identificamos com o outro projetamos nossas expectativas no outro assimilamos muito do outro em nós. Nos identificamos com nossos familiares, amigos, colegas de trabalho, com nossas relações afetivas. Também em nossas relações afetivas nos tornamos “dependentes”, “necessitados” de cuidados e proteção.
Há nas relações um processo de infantilização em que tanto a identificação quanto a transferência interferem. A transferência ‘joga’, coloca no outro nossos desejos inconscientes, projeções infantis rememoradas na atualidade. Vive-se plenamente a busca, os desejos, as expectativas e frustrações dos relacionamentos.
Cada um de nós se identifica e se transfere num tipo de relação. Com pessoas diferentes e com expectativas ainda mais