Psicanalise Aplicada a Grupos
Psicanálise Aplicada a Grupos
Ao considerar a psicologia individual aplicável à compreensão dos fenômenos sociais, Freud, em “Psicologia das Massas e Análise do Ego”, avalizou as tentativas que daí em diante se sucederam no sentido de transpor a técnica analítica criada no contexto da situação dual analista-paciente para a situação grupal.
Embora muitos considerem Schilder o introdutor do método analítico na psicoterapia de grupo, quer nos parecer que o mais adequado seria considerar Foulkes como quem realmente procurou dar uma feição própria ao que viria então a denominar grupcználise. E isso porque Schilder privilegia o enfoque individual, embora empregando-o conjuntamente com o grupal. Seu método preconizava a realização de entrevistas preparatórias ao ingresso no grupo, onde, além da coleta da história pessoal dos participantes, esses eram ensinados a associar livremente e pouca atenção era dada à relação dos pacientes entre si, acreditando Schilder que, mesmo no contexto grupal. a tônica recaía na relação transferencial com o terapeuta. Schilder entendia que os pacientes poderiam resolver seus conflitos individuais quando os discutiam livremente no grupo, mas não como uma ação terapêutica do próprio grupo. Assim, Schilder nunca pôde considerar o grupo como uma unidade terapêutica propriamente dita e podemos dizer que tratava de seus pacientes coletivamente, ou seja, simultânea mas individualmente. E o protótipo do que hoje consideramos tratar o paciente no grupo, não pelo grupo e, menos ainda, sua técnica pode se considerar uma psicoterapia de ou do grupo. Por outro lado, parece haver escotomizado as dificuldades transferenciais e contratransferenciais provenientes de um modelo híbrido de terapia individual e grupal.
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Já Foulkes preocupou-se desde os primórdios em descrever as peculiaridades da abordagem grupal, além de estabelecer suas fronteiras com a análise individual. Entre as principais contribuições de Foulkes