Psico-higiene e psicologia institucional josé bleger
José Bleger
Capítulo 1 – O psicólogo clínico e a higiene mental
Um questionamento que acompanha a profissão de psicólogo desde o seu surgimento é relacionado com papel do psicólogo na saúde pública e na higiene mental.
Para esclarecer seu ponto de vista em relação à psicologia, o autor exemplifica com a medicina atual. Os médicos são formados para esperar a doença aparecer, e depois curá-la, ou seja, a medicina é praticada de forma assistencial, enquanto o mais correto seria uma forma preventiva. Devemos considerar que as condições sociais e econômicas facilitam a prática da medicina privada, assistencial e individualista.
Assim como na medicina, a psicologia não deve se limitar a fazer terapia individual, e sim comprometer-se com a função social do psicólogo clínico. O psicólogo deve intervir em todos os aspectos relacionados à saúde mental e a psico-higiene; e ainda intervir de modo preventivo, ou seja, não esperar a doença aparecer para intervir.
Higiene mental é o estudo da administração dos conhecimentos, atividades técnicas e recursos psicológicos da saúde e da doença como fenômenos sociais e coletivos. Temos que adquirir uma dimensão social da profissão do psicólogo e, com isto, consciência do lugar que ela ocupa dentro da saúde pública e da sociedade.
Em 1908 datam-se os primeiros objetivos da higiene mental, que era modificar a assistência psiquiátrica, possibilitando melhores hospitais e mais atenção, ou seja, condições mais humanas de tratamento, e com isso a possibilidade de uma maior proporção de cura.
Outro objetivo é o diagnostico precoce, possibilitando maior taxa de cura, diminuição do sofrimento e do tempo de internação, esta que passa a ser utilizada com um critério funcional ou dinâmico.
O terceiro objetivo é a prevenção das doenças mentais, agindo antes que estas façam sua aparição, e assim evitando-as. Com o desenvolvimento da higiene mental, começa a surgir a necessidade de atender a