A PSICANÁLISE DA PEDAGOGIA
A relação entre psicanálise e educação vem possibilitando, desde que Freud demonstrou seu interesse pela pedagogia, melhor compreensão dos educadores sobre o desenvolvimento da criança e do adolescente. A premissa fundamental da psicanálise é a diferenciação do psíquico em consciente e inconsciente. Este trabalho objetiva apresentar possibilidades de atuações clínicas na formação do professor a partir da análise das práticas pedagógicas, visando oferecer condições aos professores para o enfrentamento de problemas do cotidiano escolar. Os grupos clínicos de análise das praticas docentes abordam a questão do cuidado e do terapêutico estabelecendo o grupo e a pratica profissional como objetos de trabalho psicanalítico. Eles ocorrem no estabelecimento de ensino ou no contexto de formação continuada ou pessoal.
O educador age sobre a criança muito mais no nível do inconsciente do que do consciente. Ele não age apenas pelo que diz ou pelo que faz, mas sim pelo que é. As relações afetivas acontecem de formas variadas. Cada um procura satisfazer seus desejos inconscientes. Porém, a criança, por ser mais fraca psiquicamente, com um eu que deve se construir à imagem dos adultos em sua volta, é particularmente atingida pelos desejos inconscientes de seus educadores.
CONCEITOS FINAIS
A análise das praticas educativas de base psicanalítica ajuda a reflexão e permite ao professor que ele faça suas escolhas de atuação em sala de aula. Apesar de partir de um posicionamento teórico, a analise feita no grupo não impõe a aplicação de uma determinada teoria na pratica do professor. Ela apenas possibilita a reflexão e a conscientização do porquê de uma determinada prática, que corresponderia a uma teoria ou a um fazer imposto por um imaginário. Da mesma forma, o coordenador também se apóia em saberes teóricos, saberes de referencia que guiam o processo de analise, assim como o domínio deu sua concepção de sujeito, da realidade psicológica