FREUD
Sergio Sklar*
Resumo: Reavendo o instigante encontro que se estabeleceu entre Freud e o teólogo-pedagogo Oskar Pfister, percorremos, neste texto, como a educação se tornou um tema privilegiado na reflexão de Freud. Estabelecemos as bases pelas quais a psicanálise se aproxima da pedagogia, delimitando três etapas no discurso freudiano: inicialmente, de 1909 a 1913, em seguida, de 1914 a 1925 e, finalmente, de 1925 a 1933.
Palavras-chave: Psicanálise; Pedagogia; Pfister; Freud.
por Freud, em 1913, a um livro em que o pedagogo-teólogo suíço manifesta seu encanto com o direcionamento psicanalítico para a educação, intitulado, O Método Psicanalítico:
Uma Exposição Empírico-sistemática
(FREUD, 1991a, p.448-450) e uma longa correspondência entre os dois, de
1909 a 1938 (FREUD, 1980), Pfister é assim lembrado:
Oskar Pfister (1873-1856)
1. A educação em questão para Freud
Psicanálise e pedagogia juntas?
Se considerarmos a atenção dispensada por Freud à educação e o modo entusiástico com que o pastor e educador Oskar Pfister (1873-1856,
Zurique), doutor em filosofia e doutor honoris causa em teologia, aproxima a investigação psicanalítica dos processos educacionais, sem dúvida. O encontro mesmo dos dois investigadores, suas trocas e controvérsias, acendem a chama da erudição que acompanha a colocação da obra freudiana no cenário das ciências. Além do prefácio escrito
(a) no texto freudiano O
Interesse
Científico da Psicanálise, de 1913, pela articulação entre a ação pedagógica e as concepções psicanalíticas, em que a educação se reconcilia com fases do desenvolvimento infantil e assimila a contribuição significativa de impulsos perversos e associais para a formação do caráter, servindo, ainda, de profilaxia individual às neuroses (FREUD,
1996b,
p.419-420);
(b) na História do Movimento
Psicanalítico, publicado em
1914, por Pfister ter se esforçado
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em aproximar as