A PRÁTICA DO SERVI O SOCIAL
Na trajetória do serviço social, podemos identificar várias correntes que discutem a questão da sua instrumentalidade, que trazem consigo um corpo conceitual específico que dá a esse tema um determinado significado. Desde o período em que o serviço social ainda fundava suas bases de legitimidade na esfera religiosa, passando pela sua profissionalização e os momentos históricos que a constituiu, a dimensão a técnica-instrumental sempre teve um lugar de destaque, seja do ponto de vista do afirmar deliberadamente a necessidade de consolidação de um instrumental técnico-operativo “específico” do serviço social, seja no sentido de afirmar o serviço social como um conjunto de técnicas e instrumento em outras palavras, uma tecnologia social. Em outros momentos, no sentido de atribuir a instrumentalidade do serviço social em estatuto de subalternidade diante das demais dimensões que compõe a dimensão histórica da profissão. As profissões se criam como especializações do trabalho coletivo para atender necessidades, portanto o serviço social surge num contexto de administração de carências materiais, sendo legitimado pelo capital na qualidade de principal requisitante instrumental. De acordo com Lessa (2001), o serviço social não se configura como um trabalho, pois não atua diretamente com transformação dos recursos da natureza necessários para a reprodução social, ele afirma que que o serviço social se configura como um complexo social responsável pela organização dos indivíduos para o trabalho. Entretanto, Lamamoto (2007) e Granemann (1999) afirmam que, o serviço social se materializa como processo de trabalho partindo da permissão de que possui um objeto no qual intervêm, sendo este, a questão social e suas refrações. Possui também, instrumentos de intervenção firmados na base teórico-metodológicas, apreendidas enquanto profissão regulamentada, materializando-se em entrevistas sociais, reuniões, encaminhamentos, pareceres sociais e etc.