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TRAJECTORIAS E ESTRATEGIAS
Vicente de Paula Falciros
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Este artigo objcctiva fazer uma reflexao atualizada sobre a profissao, que da continuidade aos cstudos publicados desde 1985 1 e que aprofundam meus trabalhos sobre a reconccitua~;fio do Serviyo Social, contribuindo para a formulayao de urn paradigma de intcrvcn\~ao que denominei "metodologia da articulayao" ou da "correlayao de for~; as".
0 escopo clestas rcflcxocs e de trazer atona meu ponto de vista sobre as questoes que hoje perpassam a produyao do conhecimento no serviyo social e aluz dos meus trabalhos antcriorcs. Em primeiro lugar coloca-se o problema da existencia ou nao de uma teoria do scrvi~;o social, tese questionada por alguns autores que vem na profissao apenas uma actividade pragmatica, de execuyao, limitada ao quotidiano e por isso mesmo sem condi~;ocs de produzir conhecimentos. Em segundo lugar pretendo colocar a questao da intcrvenyao, isto e da pratica, ou das estrategias de acyao no campo do Serviyo Social. Esta tern sido a centralidade de minhas preocupay5es ao reflectir sobre o servic;o social.
Nunca tive a pretensao de situar-me exclusivamente no ambito de uma teoria desgarrada da acyao, mas, pclo contrario, de fecundar a acyao com uma visao crftica. Meu prop6sito ao definir a "metodologia da articulayao" foi justamente construir urn paradigma da intervcn~;ao social que permitisse visualizar as mudanyas no confronto de poderes e sabercs nas relay5es sociais. A analise do Serviyo Social hoje passa pela questao da condi~;ao de possibilidade de construyao de um paradigma, e por isso mesmo, e que cnceto esta reflexao sobre o debate relativo aproduyao de conhecimentos.
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Professor titular da Universidade de Brasflia.
PhD em Sociologia. Assistente Social.
Ver principalmente Saber profissional e poder instituciona/, S. Paulo, Cortez, 1985; A guestao da metodologia em Servi~o Social, in Cademos Abess n. 0 3: 117-140, S. Paulo, Cortez, 1989, Metodologia e
Metodo do Servi~o