A PROCURA DE UMA “ESCOLA HISTÓRICA LATINO-AMERICANA” Resumo
Assim como Marx e Engels falaram “... somos obrigados a começar pela constatação de um primeiro pressuposto de toda a existência humana e, portanto de toda a História, ou seja, de que todos os homens devem ter condições de viver para poder ‘fazer a História’. Mas, para viver, é preciso antes de tudo beber, comer, morar, vestir-se e algumas outras coisas mais. O primeiro fato histórico é, portanto, a produção dos meios que permitem satisfazer essas necessidades, a produção da própria vida material; e isso mesmo constitui um fato histórico, uma condição fundamental de toda a História que se deve, ainda hoje como há milhares de anos, preencher dia a dia, hora a hora, simplesmente para manter os homens com vida.” (1998:21)
E também, entendendo que etapas fundamentais ao desenvolvimento da humanidade foram puladas, na América Latina, desde o seu descobrimento, não podemos afirmar de maneira nenhuma a tese de uma História Universal. É necessário que busquemos desenvolver a história, todavia não a história europeizada, com a visão dos que dominaram, mas sim a História Latino-Americana, partindo da visão dos explorados, dos oprimidos. Uma história que tenha o sangue tão misturado quanto o dos povos Latino-Americanos, uma História Original.
É primordial entender que o processo histórico pelo qual a América Latina passou é único e que esse processo colocou-nos como os prováveis agentes das futuras revoluções. A História nos deu o importante papel de possíveis agentes revolucionários. E nós temos que escrever com a consciência crítica de dar origem a uma ‘escola histórica’ Latino-Americana.
Temos a urgente necessidade de entender, DE FATO, a nossa história, principalmente a nível de Brasil. Estudamos a história partindo da ótica dos povos que nos dominaram e não da visão do dominado, da visão do explorado, usado como ferramenta de trabalho, subjugado nos campos de café, nos canaviais e nas periferias. Temos que nos libertar das velhas correntes teóricas