A Princesa e a ervilha
Tradução e adaptação: Fabio Lisboa
Era uma vez um príncipe que queria se casar com uma princesa. Mas o nobre rapaz não iria se contentar com pouco e queria uma princesa de verdade. Ah, mas como era difícil encontrar princesas de verdade naqueles tempos. Ele viajou pelos reinos mais distantes, à procura da princesa de seus sonhos, mas todas as que encontrou, tinham algum defeito. Não é que faltassem princesas não, muitas se achavam princesas, mas a dificuldade era saber se realmente eram quem diziam ser. O príncipe retornou ao seu castelo desiludido, pois gostaria muito de ter encontrado uma princesa de verdade.
Uma noite desabou uma tempestade no reino. Eram relâmpagos clareando o céu, raios estrondosos e um aguaceiro danado no castelo! Em meio aos trovões, bateram à porta e o rei em pessoa foi atender - os criados estavam ocupados enxugando os cômodos cujas janelas foram abertas pela tempestade.
Era uma moça, que dizia ser uma princesa. Mas estava encharcada de tal modo que os seus cabelos estavam em frangalhos, as roupas grudadas ao corpo, os sapatos enlameados, as meias quase desmanchando, a menina estava um caco... Era difícil acreditar que fosse realmente uma princesa!
Porém, a moça tanto afirmou que era uma princesa que a rainha pensou numa forma de provar se o que dizia era verdade.
Ordenou que sua criada de confiança empilhasse vinte colchões e vinte lençóis no quarto das visitas e, sem que a hóspede soubesse, colocou embaixo deles uma ervilha. Aquela seria a cama da hóspede que se dizia princesa.
Quando foi dormir, a moça estranhou a altura da cama, mas conseguiu, com a ajuda de uma escada, se deitar.
No dia seguinte, a rainha perguntou como ela havia dormido.
- Oh! Não consegui dormir direito – respondeu a moça – havia algo duro na minha cama, que me deixou até com manchas roxas nas costas!
O rei, a rainha e o príncipe se olharam com surpresa. A moça era realmente uma princesa! Somente uma princesa verdadeira teria pele