A pregação e o pregador
A Pregação e o pregador
“O púlpito conduz o mundo” (Herman Melville).
A pregação é uma arte e os pregadores cristãos foram os que melhor desenvolveram a arte da pregação. Não se consegue separar cristianismo da pregação: os dois se amalgamaram ao longo da história. No Antigo Testamento temos exemplos de como os longos discursos ou pregações comunicavam ao povo as palavras de Deus. Moisés, Josué, Neemias, Esdras e os profetas, todos discursavam ao povo transmitindo as palavras de Deus. Boa parte do livro de Deuteronômio se compõe de pregações que Moisés repetiu ao povo de Deus no deserto. Assim, não se pode viver sem a pregação porque o cristianismo é na realidade uma fusão de Deus e de sua palavra transmitida aos homens. O próprio cristianismo se tornou sinônimo de pregação, pois através dela as pessoas são confrontadas com as verdades da palavra de Deus. Apesar das evidências de que desde os tempos antigos os homens aprenderam a arte de discursar ou de pregar, quem mais desenvolveu a técnica do discurso foram os gregos e estes influenciaram todo o mundo romano, e, consequentemente a nação de Israel. O helenismo pode ser visto na cultura judaica nos dias de Jesus. Sócrates, filósofo da antiga Grécia e que viveu nos anos 470-399 a.C.
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Josué Gonçalves & João A. de Souza Filho
parece haver influenciado o mundo grego com sua maneira de discursar. Daí vem o estilo de pregação socrático, em que o pregador discursa e se empolga fazendo perguntas e respondendo as mesmas perguntas aos seus ouvintes. (A propósito, a pregação socrática comum entre os pentecostais vem dando lugares às pregações dialogais, conversas e ensinamentos que às vezes se tornam monótonos. Não que seja errado, pois é uma forma de se comunicar o ensino da palavra de Deus, mas a característica dos grandes pregadores do passado sempre foi a do discurso em voz alta, firme, forte e em tom solene, assunto que será abordado mais adiante). Depois de Sócrates surge a imponente figura de