A poética de aristóteles mímese e verossimilhança
Sábado 14 de julho de 2012, por Tatiane Mendes
MILITZ DA COSTA, LÍGIA. A poética de Aristóteles: Mímese e verossimilhança. São Paulo: Editora ática, 2001. Pag. 05-71
Introdução
A questão da mímese No início da civilização grega, a palavra mímesis não se apresentava com uma significação única. Platão concedeu à palavra importância capital, compreendendo-a como um tipo de produtividade que não criava objetos “originais”,mas apenas cópias distintas do que seria a “verdadeira realidade” .Platão é o primeiro a expor,com clareza e fundamentação , as afirmações surgidas sobre as teorias do belo no início do pensamento ocidental.ele expressa a ligação existente, em toda a Antiguidade, entre a concepção de arte e o caráter ontológico.vinculada a uma origem divina e misteriosa, a arte participa,nessa concepção, do ser originário, devendo por isso “imitar”, no seu conteúdo, a realidade das formas e das idéias primigênias.na maioria das vezes isso não acontece,a mímise é apenas verossímil e não visa à essência das coisas, nem à verdadeira natureza dos objetos particulares, ela é falsa e ilusória.a mímise foi depreciada por Platão.priviligiando a verdade ,o filósofo considerou as imagens miméticas como imitação da imitação. Aristóteles recebeu do mestre a palavra mimese.refutou,o conceito platônico,enaltecendo o valor da arte justamente pela autonomia do processo mimético face à verdade preestabelecida. Ele transformou a obra numa produção subjetiva e carente de empenho existencial e alterou, com isso, a relação que ela apresentava com a sacralidade original. De ontológica, a arte passa a ter, com ele, com, uma concepção estética,não significando mais “imitação” do mundo exterior,mas fornecendo “possíveis” interpretações do real através de ações, pensamentos e palavras , de experiências existenciais imaginárias. Afirma-se como a representação do