A política externa estadunidense e suas relações com a América Latina
Em primeiro lugar devemos considerar a mudança de objetivos que se consolidará à partir do final do século XIX, tendo como base a Doutrina Monroe, do início do mesmo, que determina para os EUA a tutela sobre os demais países da América, dentro do contexto das Guerras de Independência, visando afastar a interferência das potencias europeias no continente. Esta mudança de objetivos é caracterizada pela decisão de assumir uma postura intervencionista, alterando claramente a posição inicial dos EUA de estar voltado, majoritariamente para sua política interna. Em termos práticos, esta mudança de objetivos se materializa no contexto da Guerra de Independência de Cuba contra Espanha, e na consequente Guerra entre EUA e Espanha, quando ao final desta os EUA estenderão seu domínio sobre Porto Rico e sua influencia política sobre Cuba, manifestadamente clara através da assinatura da Emenda Platt. Vale destacar que esta materialização da dominação norte americana sobre as Ilhas Hispânicas do Caribe, embora tenha se desenvolvido sob a desculpa da Guerra de Independência destes países, na verdade responde a interesses de setores econômicos do país interessados no avanço sobre a região como forma de obter vantagens, característica esta que marcará, como um todo, a relação dos EUA com seus vizinhos. Esta mudança de objetivos, claramente contrastava com o ideário da Doutrina Monroe, o que exige em termos práticos que se desenvolvesse outra doutrina justificado de tais intervenções, que, diga-se de passagem, entre o final do século XIX e 1917 se tornaram cada vez mais frequentes. Esta mudança foi idealizada através da adoção do Corolário Roosevelt e a política do “Grande Porrete”. A diminuição destas intervenções se dará no contexto do envolvimento dos EUA na 1ª Guerra Mundial, o que tornará necessária uma política mais branda, de acordo com o tom adotado em torno das questões da paz mundial,