A POLÍTICA DE CRÉDITO RURAL E A AUTONOMIA ECONÔMICA DAS MULHERES: UM ESTUDO DE CASO DO PRONAF-MULHER
Alexandra Filipak1
Larissa Sapiensa2
Sany Spínola Aleixo 3
Resumo: No presente trabalho destaca-se a visualização dos efeitos da política de crédito rural do Ministério do Desenvolvimento Agrário com base nos limites e possibilidades para as mulheres rurais, considerando a autonomia econômica feminina, bem como a necessidade de uma análise sobre o desafio de implantação e consolidação desta política pública. A pesquisa desenvolveu-se em dois assentamentos de regiões distintas do Brasil, o assentamento Sepé Tiaraju, em Serrana, SP e o assentamento 8 de Junho, em Laranjeiras do Sul, PR. Constatou-se nas duas regiões pesquisadas que o Pronaf-Mulher é pouco requerido. Apontou-se alguns entraves no acesso ao crédito como o excesso de burocracia, a falta de abertura para a inclusão do tema gênero nas instituições operadoras de crédito, a falta de orientação para as agricultoras e de preparo dos agentes de assistência técnica oferecidas por essas instituições. Os resultados mostram que existem potencialidades e limites na efetivação do Pronaf-Mulher. A partir da atuação dos diversos agentes de mediação em relação ao crédito, é possível identificar um distanciamento do impacto do programa para as mudanças nas relações de gênero
Palavras-chave: agricultura familiar; políticas públicas; Pronaf-Mulher; reforma agrária; gênero.
1. INTRODUÇÃO
Os movimentos de mulheres trabalhadoras rurais no Brasil vêm dando visibilidade à realidade camponesa, à situação das mulheres no campo e, por conseguinte, a visibilidade da luta contra as desigualdades de gênero vividas no campo e a favor de políticas públicas voltadas para o atendimento de suas necessidades.
Considerando as desigualdades de gênero, é possível evidenciar as dificuldades encontradas pelas mulheres atualmente, tanto no núcleo familiar como no produtivo e social. Embora em princípio as mulheres se