A pessoa diante da morte no mundo contemporâneo
A PESSOA DIANTE DA MORTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
WAGNER ORTEGA
MAIO DE 2010
PONTIFÍCIA FACULDADE DE TEOLOGIA NOSSA SENHORA DA ASSUNÇÃO
A PESSOA DIANTE DA MORTE NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
Trabalho apresentado à disciplina de “Escatologia e Novíssimos I” do curso de Teologia da Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, para avaliação e obtenção de nota parcial semestral.
WAGNER ORTEGA
MAIO DE 2010
A MORTE, ANGÚSTIA DA FINITUDE
Tem dias que eu fico pensando na vida e sinceramente não vejo saída.
Como é, por exemplo, que dá pra entender a gente mal nasce e começa a morrer!?
Depois da chegada vem sempre a partida porque não há nada sem separação.
Sei lá, sei lá, a vida é uma grande ilusão!
Sei lá, sei lá a vida tem sempre razão.
A gente nem sabe que males se apronta fazendo de conta, fingindo esquecer que nada renasce antes que se acabe e o sol que desponta tem que anoitecer.
De nada adianta ficar-se de fora a hora do sim é o descuido do não.
Sei lá, sei lá só sei que é preciso paixão!
Sei lá, sei lá a vida tem sempre razão[1].
A seu modo a música acima – poesia de Vinícius de Morais e Toquinho – expressa a tônica na qual uma hodierna reflexão sobre a morte, o morrer, está fincada: a angústia da finitude humana. Numa sociedade que preconiza a produtividade e o lucro, que prega a eficácia a qualquer preço, que promove o espírito de competição e a lógica da exclusão, o ser humano que está à morte é tido por um insucesso, um malogro[2]. A noção de “não-existência”, de “impotência” diante da obviedade do fim da existência humana, da finitude da vida individual, a morte, é tema a ser evitado; perturbadora, ela não concerne com o expediente de uma realidade de alienante consumismo e intensa competição, onde o indivíduo que é valorado por aquilo que produz não reflete sobre a morte, sobretudo, por se tratar esta,