A perpetuidade da moral no superego e a injustiça social
A Perpetuidade da Moral no Superego e a Injustiça Social
Primeira Síntese
São Paulo
2012
Introdução A seguinte síntese levou em consideração cinco textos: o Aforismo 354 de Nietzsche; “Além do Bem e do Mal”, também de Nietzsche; a “Conferência XXXI” de Freud; “A dissolução do complexo de Édipo”, também de Freud; e por último o “Pacto Edípico e Pacto Social” de Pellegrino. Os textos foram sintetizados de uma forma a conectar as reflexões dos autores em um único tema. Este tema pode ser resumido como o processo de civilização mental do ser humano e as consequências perversas da injustiça social. Para que isso fosse possível, certas partes de alguns textos foram excluídas em favorecimento de outras.
1. A Origem da Consciência
Texto analisado: “Aforismo 354” – F. Nietzsche
Segundo Nietzsche, a consciência surge da necessidade humana de entender, interpretar e comunicar seus próprios pensamentos. No entanto, somente uma parte superficial do pensamento é compreendida e expressada pelo homem. Uma das razões disso se deve pelo fato de que os pensamentos são compreendidos através da linguagem, uma invenção humana. E como a língua não é original de uma única mente, mas sim uma ferramenta usada pelo coletivo, dificilmente ela seria suficiente para expressar toda a complexidade dos pensamentos e sentimentos do indivíduo.
Outra razão apontada por Nietzsche é que a consciência é um produto do grupo. Ela existe para facilitar a convivência entre os homens. E para facilitar essa convivência muitos pensamentos são filtrados e não expressados. O pensamento que se torna consciente é filtrado, superficial, pois está limitado pela convivência social, pelas moralidades do grupo, seus costumes, etc.
Portanto, tentar analisar o mundo ou a si mesmo somente através do pensamento consciente