A peregrinação
Literatura Portuguesa II
Prof. Doutor João Carlos de Carvalho
Recensão Crítica
A Peregrinação de Fernão Mendes Pinto narra acontecimentos que remontam ao que foi o processo de cristianização de sociedades que não professavam o Cristianismo. Para este, o pior defeito de uma sociedade prendia-se com a sua fé. A sua organização político-social embora pudesse ser considerada válida era imediatamente ofuscada elo fato de não se reger pela mesma doutrina que o narrador. Sendo que este valorizava uma sociedade de acordo com os dogmas que esta professava, tanto mais valorizada era quanto a similitude dos seus dogmas com os do próprio narrador.
O narrador vê-se a si mesmo como um possível instrumento ao serviço do bem da humanidade ao transformar-se em noviço da Companhia Mendes Pinto, um soldado de Cristo. Pois não chegava combater as seitas era necessário abrir caminhos para os caminhos de Deus. Segundo o autor Mendes Pinto não aprova algumas práticas excessivas cometidas por portugueses em nome do Cristianismo, não obstante ele não põe em dúvida o Cristianismo em si nem os seus princípios, defendendo ainda um Cristianismo puro, à imagem de Francisco Xavier, que predomine e vença crenças que não assentem e professem esse mesmo Cristianismo.
No Cristianismo professado `luz do exemplo de Xavier urgia combater as más práticas interna e externamente. Externamente destruindo seitas e internamente, nas suas palavras, “depurando” o Cristianismo de más práticas, segundo ele, causadas por maus cristãos. É o mau cristão que tem de ser depurado e não o Cristianismo, pois este último é perfeito.
Mendes Pinto é intransigente com as “sitas diabólicas” e esta luta será tanto maior quanto o mal que uma seita possa causar ao Cristianismo. Nesta visão a violência é vista como algo que apesar de reprovável em si mesma, é justificada pelos objetivos que persegue, exterminar outra crença que não a do Cristianismo.
Nesta perspetiva o autor relata a