a penitencia e a fraternidade em sao francisco
Francisco não aspira contestar a Igreja. Sua vida pobre é uma imitação de Cristo, tanto é que sua regra pode ser sintetizada em: Viver o Santo Evangelho. Além disso, Francisco está convencido que Cristo é cabeça da Igreja e não há como imitá-lo fora da comunhão eclesial. Por isso tudo que faz está em plena sintonia com a Igreja, dentro da Igreja e para a Igreja. Ele mesmo escreve na Regra Bulada: “Que os frades seja Católicos”. Francisco se reconhece como filho da Igreja e vai pedir sua aprovação ao papa Inocêncio III. Este papa e seus cardeais ficaram receosos por se tratarem de frades esfarrapados. Antes disso, em Assis, o bispo tinha tentado convencer Francisco a desistir de seu propósito. Como não consegue, tenta fazer com que o papa consiga que ele não prossiga com seu ideal de perfeição. Mas Francisco não estava ali, impulsionado pela raiva e ódio à Igreja e sim por amor a Cristo, e o próprio Deus providencia para que a nascente ordem pudesse ser aprovada. A partir daí, a ordem torna-se protegida da igreja, ganhando um cardeal protetor e sendo admitida nas pregações, sobretudo penitenciais e anti-heréticas.
A penitência em São Francisco
A Penitência é definida como “uma atitude diante da vida e da morte, uma atitude diante de si mesmo e dos outros, uma atitude que engloba o mundo e os homens diante de Cristo e tende a inserir-se no amor”.
Neste sentido a Penitência para os homens e as mulheres do século XIII, não era somente uma dimensão religiosa, mas uma dimensão cultural no sentido pleno. Estes homens e mulheres, após uma vida de insensatez abraçavam uma vida de austeridade sem pertencer a uma família religiosa e em alguns casos, abandonavam a família e tudo que possuíam para viver ao inteiro serviço do Senhor. Poderiam até ser confundidos com os hereges ditos acima. Para são Francisco a penitência se torna a dimensão humana fundamental; para ele “o homem” é um homem da penitência, porque