Escritos de Francisco de Assis
Escritos de S. Francisco
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Introduções: Frei David de Azevedo, OFM
Tradução: Frei Armando Mota, OFM
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INTRODUÇÃO AOS ESCRITOS DE SÃO FRANCISCO
1. S. Francisco Escritor
Ao depararmos com o título Escritos de S. Francisco, somos levados a pensar em S. Francisco como escritor. Todavia, a cena passada no Monte Alverne, Francisco pedindo a Fr. Leão “papel e tinta para escrever «as palavras do Senhor e seus louvores»” 1, não fez caminho na iconografia franciscana. O certo é, porém, que
Francisco, não obstante se qualificar a si mesmo como “homem simples e sem letras” 2, deixou à posteridade um conjunto de escritos do maior interesse. Possuímos mesmo três autógrafos seus: a
Bênção a Fr. Leão, os Louvores do Deus Altíssimo (no verso do mesmo pergaminho) e a Carta a Fr. Leão. Os dois primeiros conservam-se na Basílica do Sacro Convento, em Assis, e o terceiro, na catedral de Espoleto.
Em que sentido se poderá considerar S. Francisco como escritor?… Não é uma pergunta inútil, porque nos permitirá avaliar a relação que existe entre a personalidade do Santo e os escritos que nos deixou. Francisco não é um escritor profissional, como os há em nossos dias, que do trabalho literário fazem o seu modo de vida. As suas produções literárias são actos ocasionais, solicitados quer pelas necessidades que lhe ocorreram na vida, quer pelo seu zelo apostólico, quer ainda pela inspiração e pelo fervor da alma. Mas sempre ocasionais.
Uma característica bem mais significativa é a nota visceralmente pessoal desses escritos. Com frequência um escritor, ao desenvolver um tema, apresenta o que sobre o assunto outros pensaram e a sua opinião, embora sua, é influenciada pela dos outros. Os fundadores dos institutos religiosos – entre os quais se situa o nosso caso – ao redigirem as constituições ou regras desses institutos, procuram recolher o que a experiência do passado
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