Mendicantes
MARCOS DE SOUSA
KLENIO GONÇALVES
AS ORDENS MENDICANTES
FLORIANÓPOLIS
2013
1. VIDA RELIGIOSA NA BAIXA IDADE MÉDIA
Na baixa Idade Média ordens religiosas eram fundadas com a obrigação de utilizar regras já aprovadas pela Igreja: de Santo Agostinho e de São Bento (ocidente) e de São Basílio (oriente). No entanto, novas formas de vida religiosa apareceram no séc. XII, arrastando milhares de seguidores e exigindo a criação de novas regras.
As reformas monásticas dos séc. X e XII já haviam sinalizado a necessidade de um retorno à pobreza apostólica da Igreja primitiva. A meditação da vida de Cristo insinuava a ideia de uma vida de pregação errante. As Cruzadas influenciaram aqueles que permaneceram fiéis ao espírito de penitência do movimento, a viver a pobreza e seguir a Cristo de uma forma mais radical. A meditação sobre a pobreza evangélica rapidamente levou o povo a observar o modo de viver da Igreja institucional. A riqueza da Igreja medieval era muito grande na Itália, Alemanha, França e Inglaterra. Os bispos tinham dignidade de príncipes e viviam no fausto. Os mosteiros e abadias estavam nas mãos de famílias ricas e poderosas. O clero estava ligado aos senhores feudais. O povo vivia em extrema miséria.
1.1. OS POBRES HERÉTICOS
A partir do séc. XII surgem várias “seitas de pobres” que esbravejavam contra a riqueza e opulência do clero e de Roma:
1.1.1. Tanquelmo: reformador dos Países Baixos, se opunha a qualquer tipo de posse por parte do clero e censurava publicamente a vida mundana dos religiosos. Recusava qualquer coisa que viesse da hierarquia, inclusive pregações e sacramentos (até mesmo a Eucaristia). Foi assassinado em 1115.
1.1.2. Arnaldo de Brescia: Teólogo italiano, exigia uma Igreja sem posses, despojada. Denunciava a opulência do clero e de Roma. Foi enforcado em Roma em 1155.
1.1.3. “Humilhados” da Lombardia: leigos