criação das ordens mendicantes
Para Brenda Bolton, o ideal das ordens mendicantes era: “uma vida que combinasse pobreza evangélica, amor caritativo e proselitismo itinerante no mundo”. Representavam uma evolução na espiritualidade, pois com elas “o ideal de imitação dos apóstolos foi substituído pelo ideal de imitação do próprio Cristo”. O ideal de pobreza, associado à humildade e a penitência, é a principal característica destas ordens. Destacam-se três linhas de atuação dos frades mendicantes: sua intervenção contra a heresia, seu trabalho intelectual e sua influência junto ao laicado através da pregação. Assim, segundo Franco Jr.:
Uma das melhores expressões desse novo quadro global tinha sido exatamente o surgimento das Ordens Mendicantes, cuja prática despojada (não possuíam bens materiais), humilde (viviam de esmolas), de apego à natureza (especialmente os franciscanos), de intensa pregação e repressão aos hereges (sobretudo os dominicanos), atendia melhor que as velhas ordens monásticas as novas necessidades espirituais e sociais.
Ainda mais do que através da mendicância a que devem o seu nome, as ordens mendicantes definiram-se, sobretudo, pela sua atitude apostólica, isto é, seu desejo de dedicar-se à salvação das almas em perigo, sejam eles simples fiéis, hereges ou pagãos. Assim, ao contrário das ordens religiosas anteriores, elas revelaram-se extremamente íntimas do mundo que se propuseram a converter. Apesar de viverem em comunidades fechadas, elas não permaneceram no abrigo dos claustros, mas aventuraram-se quantas vezes