A palavra falada - Comunicação oral
Nem todas as sociedades do mundo têm escrita, mas todas fazem uso de uma língua oral. A oralidade, portanto, é um produto social. Como um código social, a língua não pode ser modificada arbitrariamente. É preciso obedecer a certas leis combinatórias para se estabelecer comunicação. O agrupamento desordenado de palavras não gera sentido algum. Se cada pessoa combinasse as palavras arbitrariamente, seria difícil estabelecer a comunicação. Entretanto, é possível combinar as palavras de um modo peculiar, pessoal. É possível que cada indivíduo faça uso da língua conforme a sua vontade. Ninguém precisa falar igual ao outro para ser compreendido. Entendida como atividade humana de falar, a linguagem apresenta cinco dimensões universais:
1. Criatividade - porque a linguagem se manifesta como atividade livre e criadora, isto é, como algo que ultrapassa o que aprendeu e não uma simples repetição do que é produzido.
2. Materialidade - porque a linguagem é uma atividade condicionada fisiológica e psiquicamente, pois implica, em relação ao falante, a capacidade de utilizar os órgãos de fonação, produzindo signos fonéticos articulados.
3. Semanticidade - porque a cada forma corresponde um conteúdo significativo, já que na linguagem, sobretudo a oral, tudo significa, tudo é semântico.
4. Alteridade - porque o significar é originariamente um "ser com outros", próprio da natureza político-social do homem, indivíduos que são homens juntos a outros e, por exemplo, como falantes e ouvintes, são sempre co-falantes e co-ouvintes.
5. Historicidade - por que a linguagem se apresenta sempre sob a forma de língua, isto é, de tradição linguística de uma comunidade histórica. Não existe língua desacompanhada de sua referência história: por exemplo, Língua Portuguesa.
A linguagem é sempre um estar no mundo com os outros, não como um indivíduo particular apenas, mas como parte do todo social, de uma comunidade. Cada pessoa expressas as ideias e