A oração, a fé e a longevidade
Ruy Palhano
Neuropsiquiatra
Já somos sabedores das competentes orientações médicas sobre o que devemos fazer para se viver bem, melhor e por mais tempo. Recomendações como: evite gorduras, sal, excessos de açucar, vida sedentária, obesidade, stress, beba poco, nao fume e muitas outras recomendações, já são por demais conhecidas. Todas, com o propósito de garantir a saúde, a qualidade de vida e a longevidade.
Nesse sentido, foi anunciado recentimente, o resultado de uma importante pesquisa sobre a longevidade humana realizada pelo médico Lewis Terman da Universidade Stanford, na Califórnia, tendo ele iniciado seus estudos em 1921, selecionando um grupo de 1 500 crianças para acompanhá-las durante os anos seguintes. Terman, faleceu em 1958, mas seus assistentes proseguiram com esses estudos acompanhando todo o grupo por décadas, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, até que suas mortes os separassem.
Em 2012, as conclusões desses estudos foram anunciadas e entre estas, a confirmação da importância dos conselhos médicos clássicos, descritos acima. Os pesquisadores chegaram a conclusões surpreendentes, por exemplo: trabalhar muito é um caminho para viver muito, otimismo de mais pode ser prejudicial e a genética não é assim tão determinante para prever seu futuro, pois há pessoas que por terem pais longevos, acreditam que também o serão e por isso não se cuidam.
Entre as outras conclusões uma nos chamou a atenção pelo fato de confirmar algo que já estava no senso popular há anos: a fé cura e influencia a longevidade e, quem comparece à missa, culto, centro espírita, sinagoga, terreiro etc. em geral vive mais. Esta conclusão gerou um dilema: religiosos vivem mais porque rezam ou rezam porque vivem mais? Os dados não permitem concluir se a saúde dos anciãos é beneficiada pela experiência ou se, na verdade, quem tem disposição para ritos religiosos são justamente os mais saudáveis. Moral da história: na dúvida, tenha