A oralidade na história da África
A valorização do que chamamos de história só se dá a partir da existência do registro escrito, logo, o que nos é relatado de forma verbal, segundo alguns historiadores, não possui credibilidade, principalmente no mundo dito como moderno, industrializado e capitalista, totalmente dependente de escrituras. Quem nos garante a autenticidade do que está escrito? Afinal, os fatos tiveram sua origem em uma história que, em algum momento fora contada verbalmente.
Quando a história oral ultrapassou a condição de fonte, desejando alcançar status de disciplina, tem sido chamada a assumir posições em diferentes canais que concentram um único objetivo: constatar a existência da fonte oral, do pesquisador oral e o produto de sua pesquisa. Já que não há conceitos reconhecidos.
A complexidade da discussão se dá pela falta de objetividade na análise dos conceitos estrangeiros importados para a realidade africana. A história oral da África teria elementos que a tornam inferior a uma história oral européia? Ou será que as questões mais específicas não seriam os critérios analíticos utilizados pelos povos do “primeiro mundo”? Com certeza as histórias orais se reproduzem em diferentes eixos e com seus temas, soluções e procedimentos distintos de uma região para outra.
Se a história escrita, dita oficial pelos povos do “primeiro mundo”, destaca a figura do indivíduo como elemento central de uma comunidade, ignorando acontecimentos comunitários, a história oral, no entanto, considera que a história deve abranger a todos, e que todas as experiências individuais são, por isso, históricas. A partir daí há o prestígio de qualquer sujeito, tão significativo quanto outro, dentro de sua comunidade, como um agente histórico. Em nenhum grupo social de destino há pessoas com mais destaques que outras.
Segundo Thompsom, “...a história oral pode dar grande contribuição para o resgate da memória nacional, mostrando-se um método bastante promissor para a