A Opini O P Blica Existe
São Paulo, 12 de março de 2015.
Técnicas de Comunicação – Curso de Relações Internacionais
Aluna: Marina Ked Olegário da Costa – Docente: Luiz Carlos Seixas
A Opinião Pública existe?
Pensar no conceito e atribuição da “Opinião Pública”, a priori, pode não trazer à tona tamanha complexidade de sua construção, afinal, ela está supostamente presente em diversos eventos cujo objetivo se faz apontar a preferência do povo para tratativas determinadas; porém, quando necessária a análise dos fatores que constituem a discussão – a Opinião Pública, levantam-se questões a respeito da acuracidade da exteriorização popular bem como o que de fato ela representa.
Com base teórica de Jurgen Habermas, em seu texto “Comunicação, opinião pública e poder” e Émile Durkheim com o Fato Social em sua obra “As regras do método sociológico”, é possível estabelecer um “ciclo vicioso” capaz de representar o que de fato compõe a complexidade posterior trazida pela ideia de Opinião Pública. Habermas enfatiza a inexistência da Opinião Pública após desenvolver argumentos contra o conceito em função de que “critérios da comunicação em massa são satisfeitos na medida em que o domínio informal da comunicação apenas esteja ligado ao domínio formal através dos canais da publicidade que se manifestam em termos demonstrativos ou manipulativos”, ou seja, a Opinião Pública não é formada diretamente pela exteriorização de opiniões informais “puras”, mas, é reflexo de ideias oriundas dos grandes meios de comunicação, esses caracterizados como “fontes de poder”. O ciclo se forma na medida em que não se define opinião por pura vontade sem que haja influência, mesmo que mínima, da mídia dominante no cenário de cada indivíduo – o que traz por consequência, sua inexistência. A obra de Émile Durkheim já apresenta esse ciclo que conduz a ação humana: o chamado Fato Social representa toda coerção exercida pelo contexto exterior ao indívuo em suas ações, pensamentos e