A ofensiva neoconservadora contra a educação popular

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A redução do sentido do que é público, por meio da defesa de ações de uma sociedade civil sem capitalismo e sem classes sociais, e a desarticulação entre educação, capitalismo e classe social, concorreram fortemente para a relativa perda de relevância da temática da educação da classe trabalhadora no âmbito acadêmico. A tecnicização e a psicologização da área concorreram para o silenciamento do pensamento pedagógico produzido no processo de descolonização e, mais amplamente, do pensamento educacional socialista e, com isso, das obras de Aimé Cesare, Amílcar Cabral, Anatoliy Vasilievich Lunacharsky, Antônio Gramsci, Augusto César Sandino, José Carlos Mariátegui, José Martí, Julio Antonio Mella, Lev Semionovitch Vygotsky, Moisei Mikhailovich Pistrak, Nadezhda Konstantinovna Krupskaya, Paulo Freire, Roberto Fernández Retamar, entre outros. Os autores ainda lidos hoje, como Vygostsky e Freire, o foram, geralmente, em uma perspectiva estritamente pedagógica, desvinculada da política e das lutas anticapitalistas, quase que separada da sociedade de classes.
Como a educação está imersa nas contradições da sociedade de classe, a sociedade realmente existente, a difusão de que a educação é neutra não se coaduna com o real. O entrelaçamento da educação com as lutas de classes não é apenas uma “triste imperfeição” da história, pois a luta de classes é um instrumento, até o presente, necessário para o desenvolvimento social. A predominância das concepções tecnicista, romântica e pós-moderna expressa, por conseguinte, a força relativa das classes dominantes que têm logrado impor o seu modo de pensar a educação.
Ao investigar retrospectivamente as três últimas décadas, é possível identificar engrenagens que fizeram mover o mais perverso e terrível círculo vicioso: a adversidade das lutas cotidianas em um contexto de derrotas e perdas, as debilidades educacionais da juventude das periferias e do campo, o efeito devastador das ideologias dominantes e as derrotas na concepção

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