A OBRA DE ARTE NA ERA DA SUA REPRODUTIBILIDADE T CNICA
WALTER BENJAMIN
HISTÓRIA DA ARTE
MARIANNA NUNES
“(...)Em todas as artes existe uma parte física que não pode continuar a ser olhada nem
Tratada como outrora, que já não pode subtrair-se ao conhecimento e potência modernos.
Nem a matéria, nem o espaço, nem o tempo são desde há vinte anos o que foram até então.
E de esperar que tão grandes inovações modifiquem toda a técnica das artes, agindo, desse modo, sobre a própria invenção, chegando talvez mesmo a modificar a própria noção de arte em termos mágicos.”
Paul Valéry: Pièces sur l’art. Paris (s. data) pp. 103/104 ('La conquête de l'ubiquité").
PRÓLOGO
Quando Marx empreendeu a análise do modo de produção capitalista, esse modo de produção ainda estava em seus primórdios.
Marx orientou suas investigações de forma a dar-lhes valor de prognósticos.
Mas esses prognósticos não se referem a teses sobre a arte de proletariado depois da tomada do poder, e muito menos na fase da sociedade sem classes, e sim a teses sobre as tendências evolutivas da arte, nas atuais condições produtivas.
I – REPRODUTIBILIDADE TÉCNICA
Em sua essência, a obra de arte sempre foi reprodutível.
Em contraste, a reprodução técnica da obra de arte representa um processo novo, que se vem desenvolvendo na história intermitentemente, através de saltos separados por longos intervalos, mas com intensidade crescente.
Com a xilogravura, o desenho tornou-se pela primeira vez tecnicamente reprodutível, muito antes que a imprensa prestasse o mesmo serviço para a palavra escrita. Esse procedimento muito mais preciso que distingue a transcrição do desenho numa pedra de sua incisão sobre um bloco de madeira ou uma prancha de cobre, permitiu às artes gráficas pela primeira vez colocar no mercado suas produções não somente em massa , como já acontecia antes , mas também sob a forma ‘de criações sempre novas .
Mas a litografia ainda estava em seus primórdios, quando foi