A noção que tempo é dinheiro
Thompson mostra em seu artigo a noção de tempo desde dos povos primitivos, no qual o tempo era notado pelas tarefas diárias realizadas até a Revolução Industrial, na qual “O tempo agora é moeda: ninguém passa o tempo, e sim o gasta”.(Thompson,1998,p.272).
No decorrer de seu texto, o autor deixa explícito a internalização da noção de tempo dos trabalhadores:
“A primeira geração de trabalhadores nas fábricas aprendeu com seus mestres a importância do tempo; a segunda geração formou os seus comitês em prol de menos tempo de trabalho no movimento pela jornada de dez horas; a terceira geração fez greves pelas horas extras ou pelo pagamento de um percentual adional (1,5%) pelas horas trabalhadas fora do expediente”. (Thompson,1998, p.294)
Perceberemos que essa noção que tempo é dinheiro perpétua em nossa sociedade contemporânea, tomarei como exemplo as escolas de inglês que usam o “tempo” como a principal ferramenta de marketing e propaganda. Exemplos: Método considerado quatro vezes mais rápido do que os tradicionais; Em apenas 15 meses você estará preparado para todas as exigências do mercado de trabalho com o inglês; Inglês Express; 18 meses para aprender o que você precisa já; Um semestre em dois meses. Atualmente, saber uma segunda língua significa estar melhor preparado para o mercado de trabalho, porém na maioria das vezes, os trabalhadores querem gastar menos tempo possível no aprendizado de uma segunda língua. Observamos que, não somente o aprendizado da língua inglesa se tornou uma mercadoria, mas o tempo também é uma mercadoria a ser vendida pelas escolas.
Desta forma, devemos ficar atentos como o tempo é colocado em nossas vidas e no sistema educacional, pois muitas vezes nós educadores somos visto meramente como parte de uma produção em massa de alunos, que este por sua vez, devem estar prontos em “pouco tempo” para uma sociedade contemporânea, que exige profissionais multi-task, bilíngues