A nova tecnologia GTL
Processos industriais amigáveis ao meio ambiente atraem grandes investimentos
A tecnologia de conversão química do gás em líquidos, GTL (gas-to-liquids) é uma das soluções encontradas pela indústria mundial de petróleo para suprir a perspectiva de um aumento global de 2,8% ao ano no consumo de gás natural que, segundo as projeções do Departamento de Energia Americano (DOE), poderia dobrar em 2025 em relação ao ano de 2001.
Há a expectativa de um aumento considerável das reservas de gás natural, o que, a princípio, atenderia à demanda crescente. No entanto, das reservas provadas totais mundiais do insumo – em torno de 6,100 trilhões de pés cúbicos (tpc) – cerca de 3,000 tpc encontram-se em locais remotos, longe dos centros consumidores. O GTL seria a fórmula mais eficaz para vencer as barreiras logísticas e econômicas nos projetos de produção dessas reservas.
O engenheiro químico Eduardo Falabella Sousa Aguiar, coordenador dos estudos sobre GTL no Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) considera que a principal inovação na tecnologia GTL é a reforma autotérmica, que melhora o balanço energético e diminui o custo total do projeto. “Além disso, há inovações quanto ao reator de Fischer – Tropsh (leito de lama), quanto ao catalisador , que utiliza cobalto em vez de ferro, para não mencionar os distintos suportes, e, ainda, quanto à qualidade do produto, diesel de cetenas 75 e livre de enxofre, que atende à demanda de combustíveis mais limpos e de melhor desempenho”, acrescenta.
Segundo Aguiar, a tecnologia GTL ainda é mais cara que uma refinaria tradicional, mas torna-se competitiva quando comparada com a de uma refinaria moderna, onde o enxofre é eliminado do combustível (Tabela 1). A estimativa é de que, no Brasil, a construção de uma planta GTL com capacidade mínima de produção de cerca de 15.000 barris por dia demoraria quatro anos para entrar em operação e custaria, pelo menos, US$ 350 milhões.
Em março passado, o