A necessidade da Arte
Por que os homens inventaram a arte? Fernando Pessoa afirma que “a arte é a prova de que a vida não basta”. A arte é uma manifestação que abandona a realidade palpável e dá asas aos seres humanos. Cada cultura elege uma manifestação artística para apaziguar o seu espírito, para perpetuar sua maneira de ser ou deixar uma marca na evolução da humanidade. Existem manifestações artísticas que se apóiam na matéria. Elas possuem um suporte e sua produção torna-se um testemunho do fazer humano. A criação de um objeto tem como finalidade uma função cultural. A peculariedade de cada objeto apensa-lhe um valor utilitário ou simbólico. Este valor pode ser ampliado o não diante da lei da oferta e da procura e do aforismo de que o mais vale menos. Estes objetos materiais de um cotidiano distante podem repousar no fundo do mar, esconder-se debaixo da terá ou habitar o espaço de um museu. A arquitetura, a escultura e a pintura manifestam-se fisicamente a imaginação e, conseqüentemente, eliminam possibilidades do imaginário. Segundo Durrant a imagem engessa o imaginário. A obra de arte plástica é o túmulo do imaginário. Ela representa o feito, a criação acabada que serve à contemplação e atesta um momento vivido. Dependendo do material utilizado, o objeto desperta a cobiça dos homens, a avareza dos colecionadores. A arte nasce da necessidade de transcendência e habita o signo do supérfluo. Na decantação máxima da existência o ser humano não necessita mais do que comer, descomer e procriar. O cotidiano é necessário para que se cumpram os ritos da natureza, ele se alimenta de pequenas tarefas, simples, repetitivas e necessárias. Este homem repetitivo não se diferencia de um animal. Mas, o ser humano necessita de estremecimento para modificar o seu próprio destino. Não se contentando com o cotidiano cheio de tarefas corriqueiras e repetitivas o homem busca pausas e rupturas, e novos rumos. O homem necessita