A natureza do signo linguístico
Segundo Ferdinand de Saussure, todo signo possui dupla face: o significante e o significado. O significante seria o aspecto correto do signo, é a sua realidade material ou imagem acústica. E o significado é o aspecto imaterial, conceitual do signo e que nos remete a determinada representação mental evocada pelo significante. A significação é então uma espécie de produto final da relação existente entre o significado e o significante. O signo é sempre arbitrário, portanto, não há relação direta entre o significante e o significado. Assim sendo, podemos assegurar que um dos aspectos compositivos básicos da palavra é o seu caráter simbólico, visto que as palavras estão sempre em lugar das coisas e não nas coisas. As ideias que acabamos de expor estão incorporadas tradicionalmente aos estudos do signo, representando um consenso entre os linguistas. Emile Benveniste, um linguista francês, fala que a relação entre as palavras e coisas não está apenas determinada pela arbitrariedade, mas também pela necessidade. A arbitrariedade cria uma espécie de segundo momento, procedida pela necessidade. O homem precisa nomear e o faz arbitrariamente, criando o símbolo a que chamamos de signo ou palavra. Restando-nos as observações de que o desejo de comunicar certas ideias – a comunicação propriamente dita, à vontade d dizer coisas aos outros e o efetivo ato de dizer, o movimento em direção à construção do texto e sua construção – fica mediado por essa unidade menor que se chama signo. Ó modo de articulá-lo, organiza-lo, poderá determinar as direções que o discurso ira tomar, inclusive de seu maior ou menor grau de persuasão. A consciência da importância de estudar a natureza do signo para reconhecer os tipos de discursos levou Mikhail Bakhtin a formular um dos mais férteis pensamentos sobre o assunto. Em síntese, fala-nos o teórico soviético em seu “Marxismo e filosofia da linguagem” que é impensável afastarmos do estudo das