Resenha vigiar e punir, isabel brites
O trabalho aqui apresentado tem como objetivo trazer uma percepção pessoal do texto “A centralidade de Vigiar e Punir. História da violência nas prisões, na obra de Michel Foucault. Isabel Brites.” No Livro Vigiar e Punir - História da Violência nas Prisões, Michel Foucault, em quatro capítulos (Suplício, Punição, Disciplina, Prisão), nos apresenta não só diversas perceptivas (arqueológicas, cronológicas, genealógicas, antropológicas, sociológicas, etnológicas), como também nos mostra a evolução histórica dos castigos, desde a Idade Média até a Idade Moderna, e adjacentemente, se interroga e nos interroga sobre a própria modernidade, sobre a questão do poder e sobre a questão do saber. No primeiro Capítulo, intitulado como “O Corpo dos Condenados”, temos o primeiro relato de uma crueza impressionante, retirado de a “Gazette d’Amsterdam”: um parricida, condenado à morte em 1757, depois de sujeito à alguns algumas humilhações públicas. Antes de morto, ficou nu numa carroça, foi obrigado à pedir perdão na porta de uma igreja, torturado em diversas partes do corpo e logo após esquartejado. Os seus restos foram queimados em plena praça, junto ao patíbulo. Era o tempo dos suplícios, que eram entendidos, sobretudo como um ritual político; uma função jurídico-política que fazia parte das cerimónias de manifestação do poder. A cerimônia punitiva era aterrorizante. O que a explicava não era a economia do exemplo, mas sim a política do medo. Assim, a execução pública era mais uma manifestação de força do que um ato de justiça, uma punição tão cruel que acabava por dar poder à lei. O personagem principal dessas cerimônias do suplício era o próprio povo, que por vezes assumia uma atitude ambígua, sobretudo quando se tratava de execuções injustas: assistia-se freqüentemente como que uma inversão de papéis – os poderes eram ridicularizados pelo povo e os criminosos transformados em heróis. Daí que o perigo maior desses rituais de suplício fosse, então, um