A musica e a culturalidade brasileira
A musicalidade não é uma prerrogativa de um povo ou cultura. Se fosse possível transformá-la num instrumento de medição de mudanças sociais e das reações de grupos, a exemplo de ferramentas como o eletroencefalograma, ou eletrocardiograma, poderíamos talvez chamá-la de “eletrosociograma” medindo sobretudo as mudanças de um povo através dos tempos e seu legado para a modernidade. No Brasil, a música tem marcado o modo de vida de suas raças desde o período anterior à época colonial, passando pelo império, pelos chamados anos dourados da década de 50 e pelos anos de governos de exceção, marcados pela música de protesto, e consequentemente da censura que tentava coibi-la. A própria música passou por várias fases, desde a nativa dos indígenas ou a de lamento dos escravos negros chegados da África, passando pelas músicas de salão, a excelente música clássica brasileira, e pela MPB de boa qualidade até a atual de qualidade questionável.
A MÚSICA E A CULTURALIDADE BRASILEIRA
A musicalidade não é um privilégio de qualquer raça ou nação, e nem uma melhor ou pior qualidade da cada música pode ser atribuída a qualquer etnia ou nacionalidade, porque a sua apreciação e o julgamento da sonoridade de sua melodia é uma questão de preferência íntima de cada um, produto de sua cultura, costumes, ambiente e condição de vida.
No entanto, a musica, assim com existem os encefalogramas, ou os eletrocardiogramas, ela talvez pudesse ser comparada também a um instrumento de medição, similar aos citados acima, que – se existisse – talvez pudesse ser chamado de “eletrosociograma”, pois que seu ritmo mediria não os impulsos elétricos num cérebro, nem os batimentos de um coração, mas o pulsar de uma sociedade, embalada pelos acontecimentos de cada época, envolvendo os grupos sociais, que passam a agir como se fossem um único indivíduo, refletindo suas mudanças comportamentais, dependendo da época em que este grupo existiu ou existe, e do meio ambiente onde ele