A mundialização financeira
De fato, para a grande maior parte da humanidade a globalização está se impondo como uma fábrica de perversidades. O desemprego crescente torna-se crônico. A pobreza aumenta e as classes médias perdem em qualidade de vida. O salário médio tende a baixar. A fome e o desabrigo se generalizam em todos os continentes. Novas enfermidades como a AIDS se instalam e velhas doenças, supostamente extirpadas, fazem seu retorno triunfal. A mortalidade infantil permanece, a despeito dos progressos médicos e da informação. A educação de qualidade é cada vez mais inacessível. Alastram-se e aprofundam-se males espirituais e morais, como os egoísmos, os cinismos, a corrupção. (SANTOS, Milton, 2006, p.19-20).
Outras conseqüências sociais significativas são os problemas da alimentação e da saúde. Em relação aos alimentos, a globalização trouxe regulação mundial de preços. Isso explica, por exemplo, preços elevados de gêneros essenciais. A crise de produção em países distantes pode gerar aumentos de preço em gêneros alimentícios como o litro do leite ou o açúcar. Bem como surtos e doenças ganham escala mundial. Os riscos de grandes pandemias como a gripe A (H1N1) ou da gripe aviária, ou doenças como a AIDS tem levado o problema da prevenção para a escala global.
Além disso, a urbanização sem planejamento tem trazido conseqüências de igual forma nefastas. Vive-se numa realidade de globalização perversa em que a própria noção de espaço e de realidade