A multiplicidade de estudos
Lourenço, P. R., Miguez, J., Gomes, A. D. & Freire, P.
Universidade de Coimbra – FPCE/ISR prenato@fpce.uc.pt Universidade do Porto - FPCE
Resumo Uma parte substancial da investigação mais recente dedicada a grupos e equipas de trabalho centra-se sobre a temática da eficácia. Para um olhar menos atento, a reduzida discussão em torno do significado de eficácia, por parte da comunidade científica, poderá sugerir objectividade, clareza e univocidade do conceito. A investigação empírica e os diversos modelos explicativos de eficácia das equipas de trabalho presentes na literatura da especialidade, permitem, contudo, verificar que coexistem no seu seio múltiplas perspectivas ou representações de eficácia. Em função de distintas conceptualizações e do recurso a diferentes instrumentos de medida, cada investigador propõe, na linguagem que lhe é própria, uma forma de identificar, descrever, avaliar e explicar a eficácia. A eficácia tende a ser vista, a maior parte das vezes, como realização de objectivos, produtividade, rendibilidade, desempenho, eficiência ou rendimento; outras vezes, como sobrevivência ou viabilidade de uma equipa de trabalho; outras ainda, como satisfação dos membros da equipa, qualidade de vida da mesma, ou intensidade da sua experiência afectiva; por último, numa perspectiva que enfatiza critérios associados às relações da equipa com a sua envolvente, como é o caso da satisfação dos clientes. Esta diversidade está presente igualmente junto dos múltiplos actores organizacionais onde se insere cada equipa. A emergência de diferentes representações faz sobressair a natureza subjectiva do conceito de eficácia e o seu profundo enraizamento, quer nos valores dos indivíduos e/ou grupos, quer nos contextos em que é abordada. Face ao exposto – e esta é a questão sobre a qual, no presente artigo, se pretende reflectir –, no quadro da investigação sobre grupos e equipas de trabalho fará sentido falar de eficácia ou